“César e Cícero” reúne três peças em um acto através das quais se tenta entender o papel complementar e ao mesmo tempo antagónico que no final dos seiscentos anos da República de Roma desempenharam os seus dois principais protagonistas políticos: César, cônsul em anos sucessivos e general que estendeu o domínio romano sobre um imenso território , e Cícero, orador insigne e jurista em cujo pensamento ainda hoje se funda a ordem jurídica de muitos estados modernos.

“Até quando?” é um diálogo posterior à primeira eleição de César como cônsul, cargo que Cícero ocupara quatro anos antes, e debate a proposta de uma aliança que ficou conhecida como o primeiro triunvirato – marca a esperança de uma nova geração que ascende ao poder e interpreta a herança dos valores que recebeu.

“Brindisi” tem o nome da cidade italiana em que ambos se reencontram, no regresso de César do Egipto após a derrota de Pompeu, com quem Cícero se aliara na guerra civil que os opôs – expressa a desilusão e o cansaço de oposições que se apresentam estéreis mas se tornam difíceis de abandonar.

“Um homem para a morte” é o monólogo de Cícero, morto já César, quando espera os enviados de Marco António que o assassinarão – caracteriza a responsabilidade perante o juizo do futuro quando tudo parece ter sido já jogado. Mas os dilemas políticos das estratégias de poder e dos princípios que pretendem afirmar são provavelmente os mesmo de sempre e repetir-se-ão de geração em geração.

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Caio - Roma não é em Roma é onde eu estou. Disse e fez o general Sertório.

("Até Quando", Parte I de "César e Cícero")

 

Caio - Há um momento em que um homem tem que decidir atravessar o Rubicão. Ou não.

("Brindisi", Parte II de "César e Cícero")

 

Marco - O tempo é o mais estranho ingrediente da nossa acção. Ou inacção. Aqui espero e já não há tempo.

("Homem para a Morte", Parte III de "César e Cícero")

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Sessão de Apresentação na Ordem dos Médicos (Porto) - Rua Delfim Maia em 26 Janeiro 2017 pelas 21:30 pelo Professor Doutor Manuel Sobrinho Simões, seguida de leitura pública de um excerto por António Domingos e Jorge Pereira, dirigida por Rosa Quiroga. Notícia em Norte Médico nº 70, Jan-Mar 2017, pg. 62.

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